quinta-feira, 18 de junho de 2009

Anatomia Radiográfica Dentomaxilomandibular

















Uma pergunta bastante pertinente quando se fala em anatomia radiográfica é: como reconhecer o anormal sem um perfeito conhecimento do normal? É evidente que isso só se torna possível com o conhecimento minucioso da anatomia do complexo maxilofacial e de suas estruturas adjacentes, possibilitando realizar uma adequada interpretação radiográfica. Observa-se que, de um paciente para outro e no próprio paciente, há variações da topografia, porém é possível discernir as alterações patológicas das que são consideradas dentro do limite de normalidade. Deve-se considerar também que em um mesmo indivíduo ocorrem variações dos espaços medulares e trabeculado ósseo com a idade, estando diretamente relacionado com fatores inerentes a história clínica de cada caso. Devemos ter em mente o que é possível encontrar em cada exame radiográfico, possibilitando a escolha mais adequada para cada situação.
Outro fato importante de mencionar é que certo exames, por mais precisos que sejam não podem substituir, sobremaneira a avaliação clínica do profissional, pois os tipos de radiografias solicitadas dependem, sobretudo, de um exame clínico minucioso, que garanta o máximo de detalhes. Para tal avaliação o CD precisa saber o que esperar de cada exame para que não ocorram surpresas na hora de elaborar o plano de tratamento. Isso só se torna possível com o conhecimento anatômico detalhado do complexo dentomaxilofacial e sua disposição radiográfica nos diversos exames que dispomos dentro da Odontologia. Assim para aprimorar os conhecimentos nessas disciplinas tão importantes precisamos relembrar algumas estruturas anatômicas tanto na maxila, quanto na mandíbula.
Maxila
Fossas nasais: Estão acima os ápices radiculares dispostas simetricamente e disposta por uma espessa faixa radiopaca, que se estende do teto até o assoalho da mesma, correspondendo ao registro radiográfico do Vômer (septo nasal). Em alguns casos, observam-se no interior das fossas nasais em porção inferior, estruturas menos radiolúcidas que representam os cornetos inferiores.
Sombras das narinas: Em alguns casos se observa a superposição da sombra das narinas sobre o osso alveolar, aumentando o seu grau de radiopacidade.
Espinha nasal anterior: Pequena área radiopaca em forma de V, abaixo do septo nasal, corresponde à superposição da maxila na borda inferior da nasal.

Canal incisivo: Podem, ocasionalmente, ser vistos nas radiografias periapicais dos incisivos e caninos superiores, como duas linhas radiolúcidas de largura e longitude variáveis, externamente delimitadas por duas outras linhas radiopacas, que são o registro de suas paredes laterais. Os canais incisivos terminam no forame palatino anterior, situado à altura do rebordo alveolar, entre as raízes dos incisivos centrais superiores ou acima dos seus ápices. Pode ser confundido com uma lesão apical, quando superposta ao ápice do incisivo central e lateral.
Sutura intermaxilar: Registro anatômico mais identificado nas pessoas mais jovens; observa-se uma linha radiolúcida de regularidade geométrica. Em adulto nem sempre é bem definida. Pode-se confundir com traço de fratura, sobretudo em politraumatizados.
Canal nasolacrimal: Nota-se apenas nas radiografias oclusais da maxila, de forma mais ou menos arredondada, próxima aos primeiros ou segundos molares. Pode-se confundir sua imagem com a do canal palatino posterior.

Fosseta mitiforme: Situada entre o canino e o incisivo lateral superiores. Pode ser visualizada como uma área radiolúcida alongada, que corresponde ao registro da fóvea ou depressão óssea supra-incisal.
Seio maxilar: Suas relações anatomotopográficas com os ápices dentários, particularmente pré-molares e molares, merece do profissional, cirurgião-dentista, atenção especial, mesmo ante o registro parcial, como acontece nas radiografias periapicais. É comum ao clinico deparar-se com sinalgias que exigem um diagnóstico diferencial quanto à sua etiologia, se de origem dentária ou se desencadeada por perturbações inflamatórias sinusais. Embora pouco freqüente, é interessante lembrar a introdução acidental de fragmentos radiculares e invasão por formações císticas odontogênicas ou não da cavidade sinusal.
Tabiques ou septos: São frequentemente encontrados parecendo dividir o seio maxilar em mais de uma cavidade – os chamados divertículos. Apresentam-se radiograficamente como linhas radiopacas de direção e altura variáveis. Esses divertículos, às vezes de forma arredondadas podem ser confundidos com lesões.
Canais nutrícios: Linhas radiolúcidas que correspondem aos trajetos intra-ósseos das arteríolas ou veias.
Hámulo pterigóideo: Particularidade anatômica observada nas radiografias da região mais posterior da maxila. Apresenta-se em forma de gancho, como uma imagem radiopaca.
Tuberosidade: Representa o limite posterior da apófise alveolar. Radiograficamente, acha-se limitada por uma linha radiopaca de concavidade superior que representa a união das corticais bucal e palatina. Em alguns casos, acha-se total ou parcialmente ocupada por prolongamento do seio maxilar, condição esta responsável pela maior debilidade de sua já frágil resistência, particularmente quando da avulsão do dente terceiro molar.
Processo coronóide da mandíbula: Imagem radiopaca de forma triangular e contornos nítidos, abaixo ou superposta à região da tuberosidade, podendo por isto, suscitar duvidas na sua interpretação. Nestes casos, sugere-se a tomada de uma segunda radiografia.
Processo zigomático: Identificado como uma imagem radiopaca superposta à região dos dentes molares superiores, cuja forma varia com a incidência aplicada quando da tomada radiográfica.
Mandíbula:
Linha obliqua: Continuação da borda anterior do ramo ascendente da mandíbula, a linha obliqua externa cruza a superfície externa do corpo da mandíbula. Radiograficamente apresenta-se como uma faixa radiopaca que cruza, transversalmente, o corpo da mandíbula à altura de 1/3 médio das raízes dos dentes molares.

Linha milohioidea: Dá inserção ao músculo milohioideo, tem origem na porção media do ramo, cruza-o diagonalmente ate atingir a borda anterior da sínfese mentual. De tamanho variável, é vista radiograficamente como uma linha radiopaca, melhor identificada quando cruza as regiões retromolares e molar.
Fóvea submandibular: É uma área côncava, situada na fase lingual da mandíbula, abaixo dos dentes molares e que aloja a glândula submandibular. É detectada radiograficamente como uma área radiolúcida pobremente definida.
Canal da mandíbula: É o maior dos canais nutritivos da mandíbula, é visto, usualmente, nas radiografias intrabucais periapicais dos elementos dentários póstero-inferiores, como uma espessa linha radiolúcida, delimitada por bordas radiopacas. Localiza-se abaixo das raízes dos dentes molares e pré-molares, estendendo-se desde o forame da mandíbula ate o forame mentual, onde se bifurca, dando origem ao canal incisivo e mentual, dificilmente visível nas radiografias.
Base da mandíbula: Às vezes vista em radiografia periapical. Sua imagem radiográfica é de uma linha fortemente radiopaca.
Forame mentual: Observa-se como uma imagem radiolúcida arredondada ou oval, à altura dos ápices dos dentes pré-molares ou superposta aos mesmos, quando poderá acarretar duvida, podendo ser interpretada como lesão periapical.
Tubérculos Geni: Situados na face lingual, em ponto eqüidistante entre as bordas superior e inferior da mandíbula, estão dispostos dois a dois. Os tubérculos Geni são pontos de inserção dos músculos genihióideo e genioglosso. São fracamente visíveis nas radiografias oclusais da sínfese e total da mandíbula.


Foramina lingual: No centro da área radiopaca correspondendo à apófise Geni, na linha mediana logo abaixo dos ápices dos dentes incisivos centrais inferiores, é comum a presença de uma pequena área arredondada e radiolúcida, que corresponde ao forame lingual. Devido ao seu minúsculo tamanho, é designada de faramina lingual, dando passagem ao ramo lingual da artéria incisiva.
Protuberância mentual: Possui tamanho variável que se estende dos pré-molares até a sínfise, tendo a forma de pirâmide triangular, cuja base corresponde à base da mandíbula.

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